"Eu acho que o Ranger Fantasma é um grande ponto de interrogação na história dos Power Rangers. [...] não há muito estabelecido sobre o personagem. Então foi bastante libertador, ao mesmo tempo que induziu (uma certa) ansiedade", revelou Gogol.
Frank conversou bastante com Dafna Pleban, editora chefe da BOOM! Studios como seria um desafio trabalhar com o personagem. Segundo ele o Ranger Fantasma é o "Game of Thrones" de Power Rangers, um personagem recheado de teoria dos fãs e ele percebeu que seria impossível agradar a todos com a revelação.
"Não há como agradar a todos e, estranhamente, depois de dizer isso em voz alta, foi libertador. Percebi que não há como deixar todos felizes, então vou me concentrar apenas em contar a melhor história que puder para apresentar este personagem e preparar a histórias para os próximos anos, esperançosamente", comentou Frank.
O Ranger Fantasma em sua primeira aparição na temporada 'Turbo' de 1997 - Foto: reprodução Hasbro |
Na série de TV o Ranger Fantasma não está em tantos episódios, mas ainda havia aparições suficientes para Gogol ter uma ideia sólida de quem é o personagem e o papel que ele desempenha.
"Inicialmente tive uma reunião de três horas com Dafna e Gwen Waller, a editora assistente, onde conversamos sobre quem era o Ranger Fantasma, como ele poderia se encaixar nos quadrinhos atuais, e qual seria a forma da história. E depois de assistir os 10 episódios em que o personagem aparece, o sete em Turbo e os três em No Espaço, eu percebi que esse personagem é muito, muito indefinido, como quase nenhuma personalidade, muito, muito pouco diálogo", falou Gogol.
E continuou "Então, tínhamos uma tela muito mais em branco do que eu pensava. O que tivemos que fazer é pensar no que já tínhamos visto e meio que resumi-lo ao conceito mais central do personagem. E a coisa que mais se destacou para mim foi em dois dos 10 episódios em que ele aparece, ele entrega novos zords para as equipes de Power Rangers, certo? Em Turbo ele entrega os Zords de Resgate, e em No Espaço ele entrega a Delta Meganave, eu acho. E sim, isso para mim é como, 'Tudo bem. Então, esse cara é o transportador do universo dos Power Rangers. Ele é um mensageiro.' E foi daí que surgiu a ideia básica para o one-shot".
Na quadrinho é revelado que o Ranger Fantasma na verdade não é uma pessoa, mas um ser feito inteiramente da energia da Rede de Morfagem, o ComicBook perguntou se esse sempre foi o plano ou se em algum momento uma pessoa real estava sob o capacete.
"Acho que, se estou me lembrando corretamente, logo no início Dafna e eu concordamos e meio que dissemos ao mesmo tempo que não achamos que devíamos tirar o capacete, pelo menos agora. Que a história deveria ser uma introdução, deve ser a primeira de muitas histórias do personagem, esperançosamente, e se tirássemos o capacete aqui, isso tiraria a diversão, certo?", iniciou Gogol.
"Ele deixa de ser interessante assim que você souber quem ele é. Então, eu meio que pensei: 'Ok, como podemos torná-lo ainda mais interessante? Como adicionamos camadas? Como levantamos novas questões? Como provocamos algumas das respostas que traçamos, como despejar informações, mas que só serão trazidas à tona mais tarde?’ Então, fazendo-o entrelaçado a Rede, tornando-o muito mais velho do que pensávamos que ele era, tornando-o um ser feito de energia, amarrando-o à história de Rita. Coisas como essas eram informações muito legais que poderíamos usar para dar corpo a esse personagem que realmente não tem muita história de fundo, e ainda mantém o capacete.", disse Gogol.
Em 'Edge of Darkness' descobrimos a verdadeira identidade do Ranger Fantasma - Imagem: BOOM! Studios |
Frank também comentou sobre uma teoria dos fãs de longa data que foi derrubada durante "Edge of Darkness".
"Além disso, algumas das teorias dos fãs foram meio que retiradas da mesa apenas por meio de coisas que já existem em outras histórias. Uma das maiores é que ele era Billy, o antigo Ranger Azul. Mas vemos no universo sem moedas, que o Ranger Fantasma e Billy lutam lado a lado", comentou Frank.
No fim da entrevista foi perguntado sobre os outros conceitos que a história aborda, como o fato do Ranger Fantasma tentar salvar Rita Repulsa à qualquer custo das garras de Dom Ritão.
"Então, todos os meus quadrinhos são razoavelmente pequenos em escala. Eles são um pouco mais íntimos porque são realmente focados nos personagens e não nesses épicos cósmicos, como algumas outras coisas de Power Rangers. Quando Dafna me escolheu para escrever a história, eu queria trazer minha sensibilidade para contar histórias, uma delas é que você vê Rita contar a história para o Ranger Fantasma quando ele está meio inconsciente e se perdendo na Rede de Morfagem, e então, no final, você vê quando seu pequeno arco se completa e ele percebe que está tudo bem se preocupar com as pessoas", finalizou Frank.
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