A mistura de ação Japonesa e atores americanos se tornou uma mina de ouro confiável na tevê a cabo - e conta com mais de 1 bilhão de visualizações no Youtube.
Esse artigo apareceu pela primeira vez na edição de 11 de outubro da revista The Hollywood Reporter.
Se, no verão de 1993, você desse uma olhada na lista da nova programação infantil e se perguntasse qual seria a próxima franquia bem sucedida que estaria a todo vapor após duas décadas, Mighty Morphin Power Rangers, do produtor executivo Haim Saban, poderia não ser uma escolha obvia. Uma mistura entre as filmagens da tradicional série Super Sentai da Toei, no Japão, com novas filmagens feitas para a audiência americana, a série não se parecia com nada presente na televisão naquele tempo - o que a fez algo ainda mais atrativo para sua audiência de pré-adolescentes.
Shuki Levy trabalhou em conjunto com Saban para co-produzir as primeiras temporadas de Power Rangers. Saban tinha descoberto os Super Sentais durante uma viajem ao Japão no final dos anos 1980 e retornou convencido de que aquela atração exagerada poderia ser adaptada para a audiência ocidental.
Elike Dekel, atual presidente da Saban Brands, se lembra que Saban e Levy estavam "apresentando versões do projeto para redes de TV por anos, e a cada ano, eram rejeitados e voltavam para revisar o piloto".
Aquela sequência de rejeições terminou em 1993, quando a Foz ofereceu ao show um horário na programação de verão por algumas semanas - o show se tornou um sucesso arrasador quase que imediatamente depois de sua estreia em 28 de Agosto. "Quando nos exibimos nosso terceiro episódio", diz Dekel, "nós já éramos a coisa mais popular em exibição". A audiência do show continuou a crescer, com uma média de 6,9 milhões de telespectadores na sua segunda temporada.
A razão por trás da imediata aceitação de Power Rangers é obvia, de acordo com Brian Casentini, vice presidente senior de desenvolvimento e produção da Saban Brands."Esses são heróis em um uniforme completo, incluindo o capacete", ele diz, "É muito mais fácil para uma criança - ou qualquer um - se projetar naquela fantasia e imaginar a si mesma como um Power Rangers ao invés de Superhomem".
Uma sucedida linha de brinquedos e mercadorias ajudaram as crianças a completar esse desejo. "Poder assistir o show e em seguida poder brincar com ele, seja através de role-play ou de miniaturas era nada mais do que um desejo natural para uma criança", Casentini continua. "Parte do que faz a franquia tão poderosa é que elas não podiam simplesmente assistí-la, mas podiam brincar com ela". Crianças suficiente queria fingir serem Power Rangers que os brinquedos relacionados quebraram recordes de vendas nos anos de 1990 e continuaram realizando grandes vendas até hoje. (vendas de brinquedos de Power Rangers geraram uma receita de $80 milhões em 2012 - o doblo do que fizeram ano passado - deixando a marca na 17ª posição em termos de artigos infantis, de acordo com a análise do Grupo NPD).
Em 2001, Power Rangers foi comprado pela Walt Disney Co. como parte de um acordo de $3.2 bilhões para adquirir uma companhia afiliado a Saban, a Fox Family Worldwide. A Disney continuou a produzir a série por mais nove anos e introduziu os personagens em parques temáticos no mundo inteiro. Mas, quando a Disney comprou a Marvel, em 2009, a Saban - na época, lançado uma nova companhia, a Saban Brands - viu uma oportunidade para retomar sua famosa criação.
"Existia um risco e um receio de que tudo poderia dar errado", Dekel fala hoje sobre a recuperação dos direitos da franquia pela Saban e a visão de reviver a série. "Mas percebemos que se tudo estava bem na Asia, talvez tudo ficaria bem para nós também. Sentimos que existia uma oportunidade".
Em parceria com a Nickelodeon, a Saban Brands reviveu a série com sucesso (com 2 milhões de telespectadores semanais, uma melhora significante em relação aos 800,000 da temporada anterior) em 2011 com Power Rangers Samurai. Casentini não estava surpreso com o sucesso. "Há uma formula que está funcionando aqui", ele explica, "Nós injetamos emoção e humor nesse show e não fazemos ele muito assustador. É algo que uma criança possa assistir sem ficar com medo. Os monstros são desajeitados, em fantasias de borracha, o que não é tão ameaçador quanto os shows de superheróis tradicionais. Nós fazemos isso por design".
Apesar da fidelidade a fórmula, Dekel acredita que o show conseguiu sorrateiramente se reinventar em sua volta. "Quando pensamos sobre a era atual dos Power Rangers, agora que estamos na terceira década, percebemos que temos vários opções para manter a marca vibrante, para manter o interesse dos fãs e para conquistar novos fãs", diz ele, apontando para o conteúdo original produzido pela Saban para o Youtube e outras plataformas digitais como prova da expansão do alcance da marca. "Nós lançamos eles sem muito alarde, mas já estamos alcançando 1 bilhão de vizualizações para esse conteúdo."
Mesmo com a Saban Brands aumentando o alcance de Power Rangers, ele não esqueceram de sua audiência cativa - ou dos serviços que ela provê. "Nós não podemos ir contra a progressão natural que ocorre a uma criança", diz Casentini. "O que podemos fazer é tentar o nosso máximo par contar histórias que sejam tão sérias quanto puderem. Nossa audiência principal é de crianças de 4 a 8 anos, e então eles se graduam e seguem em frente. Power Rangers fundamentalmente permanece como a porta de entrada para o gênero dos Superheróis".
"Nós temos a intenção de produzir Power Rangers por muito anos a frente", diz Dekel, "Nós temos orgulho e responsabilidade. Estamos trabalhando duro para nos mantermos no mercado e na mente dos jovens telespectadores e perpetuar a franquia".
Fonte -
The Hollywood Reporter
Tradução - Mega Power Brasil
0 Comentários